Nota prévia - Os meus blogues não respeitam, propositadamente, o actual acordo ortográfico
Pontes antigas do Algarve
Tavira - Ponte antiga
Talvez a mais interessante de todo o Algarve
Isso acontece no Reino do Algarve e não só.
Será mesmo assim?
A doutrina divide-se
Vejamos as povoações algarvias que reclamam a sua ponte como romana...
Vamos percorrê-las do Sotavento para o Barlavento
(1) Ambas consideradas das mais belas de Portugal
Sobre a Ribeira do Almargem - Freguesia da Conceição - Tavira
Mais uma ponte de três arcos sustentados por talha-mares piramidais e tabuleiro em ângulo e que muitos classificam de romana
Referenciada em meados do séc. XV.
3 - Ponte de Tavira
mostra uma ponte substancialmente diferente da actual
" No século XVII O monumento encontrava-se parcialmente destruído pouco depois, provavelmente em consequência de mais alguma violenta cheia de tal forma que, de acordo com uma lápide que se encontra sobre o portal da fortaleza de Cabanas, o então Governador do Algarve e conde Val de Reis “mandou fazer”, a par daquela Fortaleza, a ponte de Tavira, em 1656"
Este "mandou fazer" deverá entender-se como "mandou refazer"
Na ponte actual é bem visível a parte que “mandou fazer” e que corresponde aos quatro arcos do lado poente com os respectivos talha-mares encimados por balcões tão ao gosto das obras do género dos séculos XVII e XVIII, como por exemplo acontece coma reconstrução da ponte velha de Silves nos inícios do século XVIII. Os restantes três arcos, dos sete que aponte tem, são inquestionavelmente mais antigos, mas, com toda a probabilidade, devem ser posteriores à tal ponte de meados do século XIII de que fala a Crónica da Conquista do Algarve. aos Mouros. pelo Mestre da Ordem de Santiago da Espada -Dom Paio Peres Correia- no reinado de D. Sancho II.
4 - Ponte de Quelfes
Sobre a Ribeira do Tronco - Olhão - Freguesia de Quelfes
Também conhecida como Ponte Velha de Quelfes, é apontada como uma ponte do século I d.C. Ponte de um só arco, é uma estrutura relativamente modesta que permitia a passagem entre povoações rurais. Foi reconstruída várias vezes, tornando-se uma importante estruturas viárias no território oriental algarvio.
Descrição Complementar
Marco comemorativo da Batalha contra os franceses, situado a NE. do acesso à ponte, contém a seguinte inscrição: "NO DIA 18 DE JUNHO DE 1808, NESTE LOCAL, TRAVOU-SE O COMBATE / ENTRE OS OLHANENSES E TROPAS FRANCESAS, AS QUAIS FORAM DERROTADAS / ATÉ AO SÍTIO DA MEIA-LÉGUA. / ESTE ACONTECIMENTO DEU-SE APÓS O LEVANTAMENTO PATRIÓTICO / DA POPULAÇÃO DE OLHÃO NO DIA 16 DE JUNHO / / ESTA LÁPIDE FOI AQUI MANDADA COLOCAR PELA CÂMARA MUNICIPAL / DE OLHÃO NO ANO DE 1989, PARA LEMBRAR E HOMENAGEAR O FEITO HERÓICO / DO POVO DESTE CONCELHO".
Protecção - Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990
Localiza-se a cerca de 750 metros a noroeste (a montante) da ponte de Moncarapacho, encontrando-se também sobre a ribeira do Tronco. Apresenta dois arcos, sendo o maior de volta perfeita, aparentemente mais recente, e o mais pequeno de meia - volta.
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (ver Decreto)
6 - Ponte de Moncarapacho
A data de construção é indeterminada mas provavelmente da época Moderna.
7 - Ponte dos Álamos
8 - Ponte do Barão
Sobre a Ribeira de Quarteira - - Loulé
Localizada próximo da villa romana da Retorta
Por esta ponte se fazia a ligação de Ossonoba (Faro) com o ocidente algarvio
Actualmente, está muito descaracterizada pelas obras de beneficiação ao tráfego
Descrição
Situada nos limites dos concelhos de Loulé e de Albufeira, a ponte do Barão apresenta cinco arcos de volta inteira, sendo os das extremidades mais pequenos. Os arcos fecham com aduelas centrais ou pedras de fecho, cuja configuração é ligeiramente em cunha. Os pilares estão protegidos por talhamares de cada lado da ponte, tendo estes um formato prismal.
Os blocos dos arcos e dos talhamares têm as juntas argamassadas com cal e areia desde a base.
De salientar o aparecimento em alguns blocos de marcas de canteiro, sobretudo naqueles junto da base. As marcas visíveis são letras, ainda que apareçam símbolos tipicamente medievais. A estrutura da ponte é muito homogénea, desde a base até aos arcos, donde podemos concluir que poderá ter sido construída de uma só vez. Talvez a sua datação se possa atribuir à época medieval ou mesmo moderna.
Fonte de informação
Câmara Municipal de Loulé
9 - Ponte de Tôr
Sobre a Ribeira do Arade - Silves
Ponte Romana de Silves, ou Ponte Velha, é talvez um dos Monumentos mais polémicos, pois há grandes divergências sobre a verdadeira data de construção
Pela sua arquitectura, a ponte é Romana, construída no tempo em que os Romanos estiveram na Península Ibérica, o que é justificado pelos vestígios de uma via Romana, vindo do litoral para o interior.
Outros historiadores e arqueólogos defendem que a ponte é da época Medieval, datada dos tempos do domínio islâmico na Península Ibérica e atribuem a sua construção entre o século X e XIII.
A ponte de Silves foi reconstruída no séc. XV.
Em vias de classificação
Com despacho de abertura
Anúncio n.º 71/2016, DR, 2.ª série, n.º 34, de 18-02-2016
Lista Pontes antigas - Algarve
1 - Ponte da Aberta Nova - Azinhal Ribeira do Beliche - Castro Marim
2 - Ponte do Almargem - Ribeira do Almargem - Tavira
3 - Ponte de Tavira - Rio Gilão - Tavira
4 - Ponte de Quelfes - Ribeira do Tronco - Olhão
5 - Ponte dos Caliços - Ribeira do Tronco - Olhão
6 - Ponte de Moncarapacho - Ribeira do Tronco = Olhão
7 - Ponte dos Álamos - Ribeira Ribeira (Fonte) do Cadoiço - Loulé Sul
8 - Ponte do Barão - Ribeira de Quarteira - Loulé
9 - Ponte de Tôr - Ribeira de Quarteira / Algibre - Loulé
10 - Ponte de Paderne - Ribeira de Quarteira - Albufeira
11 - Ponte de Silves - Rio Arade - Silves
12 - Ponte do Vale da Vila --- Arroio perto da estação CP - Silves
13 - Ponte de Lagos - D. Maria II - Ribeira de Bensafrim - Lagos
Efectivamente, confirma-se o facto de que durante o período medieval a construção de pontes e de calçadas sofreu um grande impulso.
Em muitas das vias secundárias os romanos construíam com alguma frequência pontes de madeira e muitas vezes faziam as travessias dos cursos de água a vau ou em barca; refira-se que, além destas pontes, havia outras que não eram integralmente em madeira, pois as fundações e os pilares poderiam ser em pedra, para além de pontes improvisadas em barcos sobre improvisar-se pontes sobre barcos unidos horizontalmente e ancorados, com um passadiço em cima, como é notícia a famosa ponte de Calígula, a lembrar a ponte medieval já referida que existiu a ligar as duas margens do Guadiana.
Saliente-se ainda que a grande via do litoral do Algarve, descrita até Ossonoba, quer no itinerário de Antonino Pio, quer na Cosmografia do anónimo de Ravena, não ultrapassava grandes obstáculos naturais, donde não haver necessidade de um número significativo de pontes.
As grandes vias de ligação do Algarve foram
para Norte
- o Rio Guadiana até Mértola
- Via marítima, Costa Sul e Ocidental
para Leste
Via marítima para o Mediterrâneo e Norte de África
Não resisto a deixar quatro das poucas pontes romanas que resistiram ao tempo.
Com quase 2 mil anos a testemunhar a presença de romanos, visigodos, muçulmanos, galegos e portugueses.... no
Itinerário Antonino XVII - BRACARA (Braga) a ASTURICA (Astorga) por AQUAE FLAVIAE (Chaves)
Ponte Romana de Trajano, Chaves
- Ponte de Trajano - Chaves - Rio Tâmega - ("Aquae Flaviae") -
Ponte Romana mais importante de Portugal com mais de 2 mil anos - 18 arcos, construção em cantaria de granito, perfurada de olhais com volta plena, actualmente só se vèem 8 pilares assentes no leito do rio e 3 assentam em terra.